O Mubadala Capital, da família real Árabe conhecida como ‘Magnatas do Petróleo’ agora buscam investir bilhões de reais na produção de biocombustíveis no Brasil.
O Mubadala Capital, com sede em Abu Dhabi, tem planos de alocar cerca de US$ 13,5 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 68,3 bilhões) em um projeto de biocombustíveis ambicioso no Brasil nos próximos dez anos. Esse investimento dos ‘Magnatas do Petróleo’ faz parte de uma estratégia mais ampla no país, que inclui também a iniciativa de estabelecer uma nova bolsa de valores.
Mubadala Capital focará em biocombustíveis para aviões
As informações foram divulgadas, pela primeira vez, em entrevista ao Financial Times, pelo chefe da Mubadala Capital no Brasil. Segundo o anúncio, o orçamento completo de seu projeto principal para produzir diesel renovável e querosene de aviação “sustentável” – Os biocombustíveis, principalmente usando material vegetal não alimentar, será dividido em módulos que buscam alinhar plantas industriais com áreas de agricultura para fornecimento de matéria-prima para a produção.
O projeto dos ‘Magnatas do Petróleo’ é ousado e mostra o objetivo da Família Real Árabe de investir no agro brasileiro.
A divisão de gestão de ativos do Mubadala Capital está intensificando sua presença na maior economia da América Latina. Seus investimentos abrangem uma diversidade de setores, incluindo sistemas de metrô, instituições de ensino superior na área da saúde e uma participação majoritária na empresa que detém a marca Burger King no Brasil, em uma parceria que inclui Jared Kushner, genro de Donald Trump.
O desenvolvimento em larga escala de sua empresa de energia, Acelen, compreenderá 5 módulos de US$ 2,7 bilhões, sendo que o primeiro deve começar a produção até o fim de 2026. Cada um desses módulos consistem em uma nova biorrefinaria com capacidade para processar 20 mil barris de biocombustíveis diariamente, infraestrutura ligada a áreas plantadas para cultivar a matéria-prima.
Mubadala Capital já investiu US$ 6 bilhões em biocombustíveis no Brasil
Segundo o chefe da Mubadala Capital no Brasil, Oscar Fahlgren, é tudo sobre matéria-prima que, na realidade, é agricultura. E o Brasil é provavelmente o país mais bem posicionado do mundo quando se trata de proficiência agrícola devido ao clima e ao solo fértil.
Os ‘Magnatas do Petróleo’ planejam converter uma refinaria de petróleo existente na Bahia, Brasil, comprada da Petrobras em 2021. A empresa investirá US$ 13,5 bilhões ao longo de 5 a 10 anos, financiados por uma combinação de capital próprio e empréstimos, segundo Oscar.
Esse é um projeto de capital extremamente importante, ressalta o executivo, enfatizando a grande oportunidade de investimento em transição para energia verde no Brasil, com os biocombustíveis. O investimento inicial nos biocombustíveis foi apenas uma parte do custo total do desenvolvimento anunciado pelo Mudabala Capital.
O foco dos ‘Magnatas do Petróleo’ em biocombustíveis se apoia em US$ 6 bilhões já investidos no país, o que representa cerca de um quarto de seu portfólio global. Dois terços do capital da empresa no Brasil são de investidores externos, com o restante vindo da Mudabala.
Trajetória da Mudabala no Brasil
O fundo soberano entrou no Brasil em 2012, investindo US$ 2 bilhões em empresas de Eike Batista, antes de sua queda. Em seguida, tornou-se o principal credor do grupo EBX de Batista, assumindo propriedade de ativos significativos, incluindo participações em portos e minas.
Atualmente, a Mubadala Capital possui ativos no Brasil, como a organização do Grande Prêmio de Fórmula 1 de São Paulo. Fahlgren descreve a abordagem da empresa no país como contrária, mantendo-se firme durante crises econômicas e políticas na última década. A empresa também fechou seu segundo fundo focado no Brasil, acumulando US$ 710 milhões em compromissos no último ano.