Presidente da WEG entrega ao sucessor uma empresa sete vezes maior em receita

O engenheiro Harry Schmelzer Jr. passa o bastão da WEG para Alberto Kuba, que assume a presidência da empresa nesta segunda-feira (1º), depois de uma gestão longeva marcada por crescimento vigoroso, forte expansão internacional e consolidação da companhia como uma potência industrial de 40 mil funcionários, presença em 135 países e valor de mercado estimado em R$ 155 bilhões. Mais do que isso, a WEG passou a ser vista como um fenômeno capaz de bater sucessivos recordes financeiros – e fazer a alegria de acionistas.

Quando Schmelzer assumiu a presidência da WEG, em 2008, a empresa tinha uma receita líquida de R$ 4,5 bilhões, com um “modesto” lucro de R$ 560,4 milhões. Naquela época, a maior parte do faturamento ainda vinha do mercado interno – R$ 1,84 bilhão. Dezesseis anos depois, a companhia está em outro patamar: a receita líquida de 2023 bateu R$ 32,5 bilhões e o lucro líquido atingiu R$ 5,7 bilhões – montante maior até mesmo do que a receita líquida total daquela época.

Neste período, em que as receitas aumentaram sete vezes, a WEG acelerou a diversificação de negócios para ir além dos motores, transformadores e equipamentos eletrônicos, passando a investir também nos segmentos de geração de energia e veículos elétricos e tornando-se uma referência em inovação. Em 2022, por exemplo, 59% das receitas vieram de produtos lançados nos últimos cinco anos.

A presença no mercado internacional foi igualmente fortalecida neste meio tempo, com a construção de novas fábricas e aquisições no exterior. O ano de 2023, por exemplo, foi marcado pela compra, por US$ 400 milhões, da operação de motores elétricos industriais e geradores da americana Regal Rexnord, que abrange 10 fábricas em sete países: Estados Unidos, México, China, Índia, Itália, Holanda e Canadá. Foi a maior transação da história da WEG.

O sucesso da companhia nesta década e meia fez Schmelzer empilhar honrarias. Ele coleciona 13 troféus “Executivo de Valor”, do jornal Valor Econômico; foi quatro vezes consecutivas destaque do ranking “Melhores CEO’s do Brasil”, da Revista Forbes; recebeu sete vezes o título “Best CEO” no Latin America Executive Team, categoria Capital Goods, da revista Institutional Investor; e recebeu o Prêmio “Personalidade da Indústria” em 2015, do Grupo de Líderes Empresarias (Lide).

Em 2018 também foi agraciado com a medalha e insígnia do Conselho da Ordem Nacional Barão de Mauá, em sua categoria máxima, a Classe Grã-Cruz, considerada a mais importante condecoração a quem se dedica ao desenvolvimento da indústria, do comércio exterior e dos serviços no Brasil.

Apesar de ser um executivo bem-sucedido e respeitado pelos seus pares, Schmelzer quase sempre agiu com discrição. É um perfil semelhante ao da WEG, que formalizou, como publicou a colega Estela Benetti, a troca de presidente nesta segunda com um evento interno e sem badalações.

Fonte: https://www.nsctotal.com.br/colunistas/pedro-machado/presidente-da-weg-entrega-ao-sucessor-uma-empresa-sete-vezes-maior-em-receita