A ‘rainha do agro’ no Brasil acumula fortuna de R$ 7 bilhões com soja e logística própria, mas vive sem ostentação em Rondonópolis

Lúcia Maggi acumula fortuna de bilhões no agronegócio, mas vive longe dos holofotes e mantém a rotina simples no Mato Grosso

Pouca gente conhece o rosto de Lúcia Borges Maggi, mas ela é uma das figuras mais poderosas do agronegócio brasileiro. Apelidada de “rainha do agro”, Lúcia controla uma fortuna bilionária construída ao longo de décadas, com negócios que vão do plantio à exportação global de soja — tudo isso sem ostentação, entrevistas ou exposição pública.

A trajetória começou no interior do Rio Grande do Sul, passou pelo Paraná e se consolidou no Mato Grosso, onde ela ajudou a transformar a antiga empresa familiar em uma das maiores holdings do setor. Mesmo depois da morte do marido, André Maggi, ela seguiu influente nos bastidores. Hoje, sua fortuna está estimada em R$ 7 bilhões, e ela continua vivendo em Rondonópolis, no mesmo estilo simples de sempre.

Quem é a mulher por trás da maior fortuna do agronegócio?

Nascida em Três Cachoeiras (RS), Lúcia Maggi mudou-se com o marido para São Miguel do Iguaçu (PR), onde começaram com uma pequena serraria e plantações de feijão. Sem consultoria ou apoio técnico, o casal apostou na soja quando poucos acreditavam no potencial da cultura. Lúcia sempre foi o pilar organizacional do negócio, cuidando das finanças e decisões estratégicas.

Foi ela quem segurou firme quando o marido pensou em desistir. A célebre frase — “daqui só vou pra frente, voltar jamais” — virou símbolo da sua determinação. Com essa postura, ajudou a fundar a Sementes Maggi, que cresceria para se tornar o Grupo André Maggi, hoje chamado apenas de Amaggi.

Como surgiu o império bilionário da rainha do agro?

Nos anos 1980, a família se instalou no Mato Grosso, numa época em que a região era vista como um território inexplorado. A partir dali, expandiram a produção agrícola, investiram em logística própria, construíram silos, usinas, portos e centros de distribuição. A Amaggi se tornou uma cadeia verticalizada que começa no campo e termina nos mercados da Europa e Ásia.

Lúcia nunca foi apenas a “esposa do fundador”. Mesmo após a morte de André, foi ela quem garantiu a continuidade da empresa, participando do conselho, monitorando decisões estratégicas e mantendo os valores originais. Segundo a SUNO, seu patrimônio de R$ 7 bilhões a colocou como a mulher mais rica do Brasil — e isso sem jamais ter ocupado cargos públicos ou executivos.

Como vive hoje a bilionária que domina o agro?

Apesar do poder, Lúcia Maggi evita os holofotes. Mora em Rondonópolis, acompanha de perto as operações da empresa e mantém uma rotina discreta. Nunca ocupou a presidência do grupo e prefere atuar nos bastidores. Quem convive com ela afirma que nenhuma grande decisão é tomada sem sua aprovação.

Além dos negócios, Lúcia é presidente da Fundação André e Lúcia Maggi, que apoia projetos sociais nas áreas de educação, saúde e desenvolvimento regional. O foco não é publicidade, mas impacto real nas comunidades onde o grupo atua.

Qual é o tamanho real do império da Amaggi?

Hoje, a Amaggi é uma das maiores exportadoras de soja do mundo, com escritórios na Europa e negociações diretas com a Ásia. A receita estimada da empresa em 2023 foi de R$ 4,8 bilhões, ocupando o 9º lugar entre as gigantes do setor. E os números de 2024 devem ser ainda maiores, segundo fontes do setor.

A fortuna de Lúcia vem de toda a cadeia: produção agrícola, logística, navegação, energia e comércio exterior. Não se trata apenas de terras ou commodities, mas de uma holding multinacional enraizada no campo brasileiro. E tudo isso sob a liderança silenciosa de uma mulher que nunca buscou reconhecimento público, mas sempre teve a última palavra.

O que torna a história de Lúcia Maggi tão única?

Talvez o mais surpreendente não seja o tamanho do império, mas a forma como ele foi construído e mantido. Sem luxo, sem escândalos, sem discursos. Lúcia representa uma geração que fez a revolução no agronegócio com mãos calejadas, cadernos de contas e decisões de longo prazo. Ela não ostenta, não dá entrevistas, mas é ouvida por todos.

E mesmo com quase 100 anos, segue no controle, sem precisar dizer que manda. A rainha do agro prefere o silêncio das fazendas ao barulho do poder — e talvez seja exatamente isso que explica por que ela permanece no topo.

Escrito por Bruno Teles

Fonte:https://clickpetroleoegas.com.br/a-rainha-do-agro-no-brasil-acumula-fortuna-de-r-7-bilhoes-com-soja-e-logistica-propria-mas-vive-sem-ostentacao-em-rondonopolis-btl96