Por Renato Seraphim
Eu não tenho dúvida nenhuma em afirmar que o Brasil é o Vale do Silício das agtechs, e esse onda é a nossa grande oportunidade de destacar os nossos talentos e ser um verdadeiro protagonista no cenário mundial.
Tenho falado em todas as minhas palestras e aulas sobre a pujança e o grande momento que estamos vivendo no agronegócio brasileiro. Comparo a situação atual do Brasil com o que o Vale do Silício viveu no início da década de 1990, quando grandes empresas e mentes brilhantes migraram para a região, tornando-a referência em tecnologia.
No Brasil, estamos vivendo um fenômeno semelhante, com mais de 1.700 agtechs atraindo a atenção de grandes empresas do setor agro, como Syngenta, Bayer e John Deere, bem como de empresas de tecnologia, como Google e Microsoft e financeiras, como Visa e Itaú.
Minha paixão por essas agtechs começou quando eu era Diretor de Novos Negócios de uma multinacional, responsável por identificar tecnologias e empresas incubadas, principalmente em universidades, por volta de 2010.
Desde então, houve um boom de tecnologias e agtechs (startups) antes, dentro e depois da porteira, com inovações como sensores, nanotecnologia, biológicos, softwares, drones e inteligência artificial se espalhando por todos os estados, não apenas nas universidades, mas também em diversos hubs de inovação como agtech garage em Piracicaba, Dabi Business Park em Ribeirão Preto e até na maior cidade do Brasil com o Cubo Itaú.
Todo início de ano, escrevo sobre essas tecnologias e as agtechs que mais me inspiram e que acredito que irão revolucionar e ajudar o agricultor a ser mais produtivo, rentável e sustentável. Essa escolha é baseada nas minhas viagens pelo Brasil, em publicações do setor e na internet, o que geralmente me permite conhecer apenas uma parte desse exuberante mundo.
Recentemente, conheci um grupo de visionários empreendedores, investidores e analistas com um propósito simples e claro: construir empresas que irão mudar a forma como o Brasil produz e alimenta o mundo. O que mais me chamou a atenção foi como esse grupo construiu um banco de dados que ajuda na prospecção das melhores empresas, pessoas e tecnologias em uma plataforma fácil e de incrível usabilidade.
Estou falando da Rural Ventures, fundada por Fernando Rodrigues em 2021, e que desde então, tornou-se referência no assunto. Além de investirem e acreditarem no sonho de dezenas de empreendedores, compartilharam todo esse ecossistema com o nosso agronegócio através de publicações na mídia, programas de podcast, organização de eventos e viagens internacionais.
Um time multidisciplinar com a clara missão de fornecer não apenas investimentos para as agtechs, mas também mentoria, acesso ao mercado, treinamentos e, o mais importante na minha opinião, testes de campo, ou seja, o teste ácido da usabilidade e escalabilidade dessas tecnologias nas fazendas dos próprios empreendedores e parceiros dessa venture capital.
Seis agtechs estão no portfólio da Rural Ventures hoje: Agroboard, Arara Seed, Bem Agro, Preservaland, Campo Capital e Um Grau e Meio. Agtechs essas que cresceram mais de seis vezes em 2023, um ano extremamente difícil para o agronegócio brasileiro.
O processo de captação da Rural Ventures é pragmático e passa por alguns requisitos, e várias áreas de atuação:
- Founders Full-Time & SOP: Os seja, os fundadores devem estar completamente envolvidos na operação da startup, e parte do investimento deve estar destinada à retenção de talentos.
- Estágio de Pré-Escala, Escala e Tração: As startups precisam estar em estágio inicial (tração) e a tese deve estar voltada para a transformação do agronegócio brasileiro.
- Cheques entre R$0,5M e R$2M: Cheques de até R$2.000.000,00, com possibilidade de escalonar frente à primeira captação e follow-on.
- Validação Técnica e Teste em Campo: Toda startup aprovada é validada na fazenda dos venture partners. Caso aprovada, está sujeita a validação técnica.
As áreas de foco incluem:
- OGM’s, Genética, Controle Biológico e Genômica
- Inteligência Artificial, Big Data e Drivers de Decisão
- Crédito, Seguro, Análise Fiduciária e Ag FinTechs
- Segurança Alimentar, Rastreabilidade, Gestão de Risco e Mitigação de Danos
Mais de 300 startups já foram analisadas, algumas com análises extremamente profundas com memorandos de investimento, validações técnicas e outras com análises iniciais que incluem entrevista gravada com o fundador, apresentação técnica, estratégia, dentre outros materiais.
O que mais me impressionou nesse grupo, foi que eles não guardaram essa prospecção entre eles, todos esses dados estão sendo compartilhado para toda a comunidade de investidores e com as próprias agtechs que queiram colocar suas informações nesse “celeiro”.
Transparência, agilidade e compartilhamento, seguindo o meu princípio de vida: “Se eu tenho uma ideia e a guardo comigo, terei apenas uma ideia; se eu a compartilho, a chance de melhorar, fortalecer essa ideia e acrescentar mais ideias será muito maior”
A Rural Ventures disponibilizou a todos os participantes o http://t.me/rv_rsquarebot, um chat no Telegram com informações de todas essas startups analisadas, incluindo pitchs e vídeos dos fundadores. Um chat boot de fácil interação e que traz as informações de forma fácil e acessível. Basta fazer a pergunta certa. Em breve disponibilizarão esse chat boot no WhatsApp também.
Uma mostra de todo esse arsenal e dessa ferramenta pode ser vista no vídeo abaixo:
Enfim, uma grande ótima notícia para os apaixonados por tecnologia e pelo agronegócio brasileiro, se você for investidor, estudioso do assunto ou se for empreendedor e querer colocar a sua agtech em uma análise rica e fortemente analisada, eu recomendo entrar em contato com esse pessoal. https://ruralventures.com.br/
Para quem quer ver os meus artigos anteriores, e as minhas apostas e grau de assertividade, pode encontrar esses artigos facilmente na internet, mas uma coisa eu tenho absoluta certeza; A de que minhas apostas para 2025 virão desse celeiro de informações da Rural ventures.