Na DroneShow e MundoGEO Connect 2024, seminário reuniu especialistas na prestação de serviços de mapeamento, gestão, estimativas de safras, manejo, identificação de falhas e doenças, com o objetivo de melhorar a produtividade no campo e preservar o meio ambiente
Novidades e tendências foram a tônica do Seminário Geotecnologias e Drones no Agronegócio, que aconteceu em 22 de maio na capital paulista como parte da programação do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL 2024.
O seminário teve palestras e debates de especialistas na prestação de serviços de mapeamento, gestão, estimativas de safras, manejo, identificação de falhas e doenças, com o objetivo de proporcionar a melhora na produtividade e a preservação do meio ambiente.
A mediadora foi Janice Ferreira da Silveira, Engenheira Hídrica e Mestre em Recursos Hídricos, Proprietária da Vantum, Consultora no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instrutora no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), que iniciou o seminário apresentando um panorama geral sobre o uso de Geotecnologias e Drones na Agricultura e Silvicultura.
Janice lembrou que o volume de dados no campo é muito grande, então a Inteligência Artificial é uma aliada para dar escala às análises, com as geotecnologias e drones trabalhando em conjunto para conseguir olhar a verdade por trás de cada planta.
Em seguida foi a vez de Emanuele Traversari, Head da Drone to Business, que abordou o uso de drones de longo alcance e inteligência artificial a serviço da agricultura.
“Com a inteligência artificial, eu tenho um drone de longo alcance, então eu posso colocar maiores payloads e, com a matemática, posso fazer mais e integrar com outras tecnologias, seja de agricultura de precisão ou outros sensores, que eu consigo montar e assim alcançar o desafio de identificar os problemas e otimizar o uso de insumos para aumentar a produtividade”,comentou Traversari.
Christian Vitorino, Diretor da TecTerra Geotecnologias, veio na sequência para falar sobre novas perspectivas no Sensoriamento Remoto para o Agronegócio.
“O Agro ocupa territórios, então a gente considera que sempre é necessário todas as empresas do setor inovarem e trazerem essas questões para debate quando se trata de monitoramento territorial, não somente a parte do Agro, da produção em si, mas também hoje que está muito em debate a questão ambiental e o ESG, principalmente, a gente considera que o sensoriamento remoto é aplicável a todas as fases da produção, da gestão da colheita e até mesmo da parte da exportação”,afirma Christian.
Após o intervalo, aerolevantamentos de precisão no setor florestal foi o tema abordado por Luis Antônio de Lima, Diretor Técnico da Fototerra. Luis fez um apanhado sobre sensoriamento remoto, desde imagens de satélites, passando por aerofotogrametria usando aviões e chegando aos drones, abordando das plataformas e os sensores. Na sessão de perguntas & respostas, quase todas as questões da audiência envolveram levantamentos usando Lidar.
“Eu costumo dizer que todas as tecnologias são boas, você só tem que saber as limitações delas”,comentou Luis.
Bruno Holtz Gemignani, Diretor de Novas Tecnologias da Arycom, falou sobre processamento e classificação de imagens, e também abordou questões ligadas a empreendedorismo com drones.
“Eu gosto de mostrar esse trabalho que a gente tem feito ao longo dos anos e acabou virando o nosso carro-chefe, que é o trabalho do monitoramento de campos experimentais. É uma agricultura que acontece antes da produção. É lá onde o pessoal testa novos insumos, trabalha com melhoramento genético de sementes antes ainda de oferecer as que são adequadas a cada bioma”,explicou Bruno.
Foi re-lembrada também a importância de respeitar a legislação para voar com drones e que é preciso ir a campo e “sujar a botina” para conhecer a fundo a realidade da plantação. Bruno falou também sobre a possibilidade atual de monitorar planta por planta, usando realidade aumentada, RTK e Lidar.
“Eu gosto de comentar um pouco da minha visão de futuro. Sempre trago a cada ano que eu venho aqui da DroneShow, tentando absorver tudo que eu vivi nas últimas safras e trazendo o que eu enxergo que seriam tecnologias que ajudariam ainda mais o nosso setor a avançar e cada vez mais se consolidar”,concluiu Bruno.
Finalizando o seminário, aconteceu o debate sobre os Impactos da Inteligência Artificial no Agro, com a presença de: Thiago Silva, Product Owner, P & D, Artificial Intelligence da XMobots; Gustavo Fedrizzi, Fundador da AgroData; e Lucio Jorge, Pesquisador em IA e Drones na Embrapa Instrumentação.
Gustavo comentou sobre os gêmeos digitais para uma gestão individualizada de cada planta no agro:
“O Digital Twin traz o conceito de você ter algo que é físico dentro do computador. A forma que a gente tem conseguido fazer isso é através do sensoriamento remoto, com aeronaves tripuladas e também com drones”.
Thiago abordou o treinamentos de redes neurais e a importância da qualidade geométrica dos dados:
“O grande gargalo do treinamento dessas redes são os dados. Os requisitos desses dados, falando de sensoriamento remoto, e os conceitos de geotecnologias precisam estar muito bem claros.
Já Lúcio Jorge comentou sobre o início dos estudos com drones, ainda em 1998, quando foram desenvolvidas as primeiras aeronaves para captura de imagens, e os desafios atuais da Inteligência Artificial no agro:
“Estamos no momento da grande revolução da IA entrando na nossa vida, no dia a dia, não só no Agro, mas a gente também está vendo um grande problema, que é a geração de muitos dados que não levam às vezes em consideração alguns pontos importantes”.
Lúcio finalizou lembrando a importância de usar dados corretos para treinar redes neurais. O ChatGPT foi comentado por vários palestrantes e debatedores como um aliado, mas que também pode gerar muitas informações incorretas, então ficou patente a necessidade da capacitação dos seus usuários.
A mediadora Janice fechou o seminário com um apanhado geral de todas as apresentações e com a importância da participação em eventos para atualização profissional.
As feiras DroneShow Robotics, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL superaram as expectativas e reuniram 8.100 profissionais de 33 países, um aumento de 42% em relação à participação da edição anterior. Organizados pela MundoGEO, empresa recentemente adquirida pela Italian Exhibition Group (IEG), os eventos ocorreram de 21 a 23 de maio no Expo Center Norte – Pavilhão Amarelo, em São Paulo (SP), e se consolidaram como o maior encontro das Américas que reúne no mesmo espaço os setores de inteligência geográfica, drones, espacial e aeronaves eVTOL.
A área de exposição, que cresceu 50% em metragem na comparação com 2023, reuniu 120 expositores que representaram mais de 200 marcas. Além disso, a programação com 25 atividades, entre cursos, seminários e fóruns, contou com 180 palestrantes de vários países, permitindo o compartilhamento de conhecimento e de experiências nesses mercados.
Edição 2025
A próxima edição do DroneShow, MundoGEO Connect, SpaceBR Show e Expo eVTOL já está marcada para 3 a 5 de junho de 2025 no Expo Center Norte – Pavilhão Azul, em São Paulo (SP).
Fonte: https://mundogeo.com/2024/08/14/geotecnologias-e-drones-no-agronegocio-novidades-e-tendencias/