Dois gigantes do setor de hidrogênio verde prometem injetar cerca de R$ 200 bilhões no estado, que está de portas abertas para mais empresas
Sinal inequívoco da transformação do Piauí nos últimos anos é o atual patamar do produto interno bruto (PIB) do estado. Em 2010, segundo a Secretaria de Planejamento local, eram R$ 22 bilhões. Em 2021, o PIB saltou para R$ 64 bilhões (dados referentes aos anos mais recentes ainda não foram divulgados). Trata-se da maior aceleração econômica da Região Nordeste no período, onde os estados ainda correm atrás do prejuízo deixado por anos de má gestão pública.
Sem atenção de governos federais por décadas, o Piauí se encarregou ele mesmo do trabalho de gerar riqueza e buscar melhor qualidade de vida para os habitantes que, durante todo o século 20, estiveram na penumbra das prioridades de outros atores políticos.
Com ventos e irradiação solar favoráveis, o Piauí é um dos maiores geradores de energias renováveis do Brasil — com imenso potencial ainda a ser explorado. Também se moderniza no campo, onde a produção cresceu mais de 130% na última década e caminha para a industrialização.
“Temos potencial enorme de sol, vento, água. Temos uma Zona de Processamento de Exportações que diminui o valor do investimento necessário para essas plantas industriais. E um porto em construção”, disse o governador Rafael Fonteles em entrevista à EXAME. “Com todos esses incentivos, o apoio nacional e do governo
do estado, que está todo voltado para essa agenda, há muita atratividade para os investidores”. Disse mais: “O Piauí será o grande polo produtor de hidrogênio verde da América Latina — e, quem sabe, do mundo”.
A seguir, saiba por que, exatamente, vale a pena investir no estado.
Investe Piauí Day
Organizado em parceria com a EXAME, reuniu diversas companhias que já atuam no estado
Em abril, na sede do BTG Pactual Advisors, na capital paulista, o evento contou com a participação de autoridades do governo estadual e de representantes de empresas que já investem no estado. É o caso de Ricardo Faria, que preside o conselho da Insolo. Gigante do agronegócio, a companhia investiu cerca de R$ 3,6 bilhões na região nos últimos quatro anos.
Representantes de dois gigantes do setor de hidrogênio verde, as europeias Solatio e Green Energy Park, também marcaram presença. Em conjunto, elas prometem injetar cerca de R$ 200 bilhões ao longo de dez anos no Piauí.
Sócio-fundador da DTA Engenharia, João Acácio participou da mesa-redonda que se debruçou sobre a infraestrutura do Piauí. A companhia está por trás da inauguração do Porto de Luís Correia, que recebeu o primeiro navio no ano passado — a obra foi idealizada há mais de 50 anos. “Dizia-se que não havia carga porque não havia porto, e que não havia porto porque não havia carga”, afirmou Acácio. “Era a história do ovo e da galinha. Agora o Piauí tem porto e a carga vai chegar.”
Hoje em dia, os empresários locais exportam, principalmente, pelo Porto do Itaqui, em São Luís do Maranhão, o que, em muitos casos, se traduz em custos extras. A DTA foi incumbida da dragagem do Porto de Luís Correia e da execução do primeiro terminal industrial pesqueiro, cujas obras deverão ser concluídas entre julho e agosto deste ano.
Transformação digital
O pontapé inicial de inúmeras melhorias para a população e para os empreendedores
Desenvolvida pela Empresa de Tecnologia da Informação do Piauí (Etipi), a plataforma Gov.pi Cidadão é uma das grandes marcas do atual governo. Lançada em agosto de 2023, ela dá acesso a mais de 100 serviços de mais de dez órgãos do governo. Agora a população não precisa mais se deslocar até repartições públicas para resolver diversos problemas — que vão desde a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) até os que se referem ao Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
A plataforma dispõe de um aplicativo que pode ser baixado, gratuitamente, nos celulares. “O Piauí não vai deixar de oferecer serviços presenciais”, diz Ellen Gera, presidente da Etipi. “Com a digitalização de muitos deles, no entanto, conseguiremos dar mais atenção, e com filas menores, para a parcela da população que não tem facilidade em utilizar ferramentas virtuais.”
O estado também concentra esforços para digitalizar os serviços voltados para empresas e empreendedores de todos os portes. Lançada em junho de 2022, a plataforma Gov.pi Empresas disponibiliza 251 serviços digitais. Cerca de um terço está relacionado à Junta Comercial do Estado do Piauí (Jucepi), e o restante envolve os outros sete órgãos estaduais relacionados ao mundo empresarial. Até 2026, a meta é que todos os serviços públicos estejam disponíveis digitalmente aos cidadãos.
Na dianteira
Conquistas que comprovam o potencial do estado
- Tem a maior velocidade de internet do país, com mais de 11 mil quilômetros de rede implantada
- Primeiro estado brasileiro a disponibilizar o acesso à saúde digital a todos os municípios que aderiram ao programa Piauí Saúde Digital.
- É responsável pela terceira maior produção de energia solar e eólica do Brasil
- Quer se transformar no maior hub de produção de hidrogênio verde do planeta
- Tirar uma empresa do papel no estado demorava apenas 8 horas em dezembro de 2023, de acordo com o ranking da Redesim
Lições da Estônia
O que o Piauí aprendeu com o país europeu
A Estônia serviu de inspiração para a digitalização do Piauí. No país, tido como o mais digital do planeta, 99% dos serviços públicos são disponibilizados de maneira virtual. O estado governado por Fonteles foi o primeiro do Nordeste e o segundo do Brasil a implantar a tecnologia estoniana de compartilhamento de dados entre órgãos governamentais — o conceituado sistema X-Road. Em resumo, ela unifica todas as soluções digitais que os departamentos estaduais criaram ao longo dos anos. “Não faria sentido deixá-las de lado para redesenhar todo o sistema do zero”, argumenta Ellen Gera, presidente da Etipi.
Tecnologia a favor da saúde
O impacto da adoção de inovações como a telemedicina
Se a digitalização é importante para todas as áreas, na saúde é literalmente caso de vida ou morte. Em abril de 2023 foi lançado um projeto piloto do programa de telemedicina do estado, o Piauí Saúde Digital. A 165 quilômetros de Teresina, a cidade de Piripiri foi escolhida para a fase de testes. Até novembro do ano passado, o programa atendeu 6,45 mil pacientes e contabilizou 8.269 consultas, 4.368 das quais realizadas por clínicos gerais. As demais foram conduzidas por profissionais de nove especialidades — psicologia, psiquiatria, nutrição, dermatologia, ginecologia, cardiologia, neurologia, pediatria e endocrinologia.
Na rede pública de Piripiri, as filas para consultas com profissionais dessa lista foram zeradas. E o projeto piloto, que envolve as 31 Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade, além do Hospital Regional Chagas Rodrigues, deu origem a 15.793 laudos médicos. Convém registrar que o município ganhou uma unidade do Piauí Saúde Digital exclusiva para a população indígena. Em agosto, o projeto piloto foi expandido para uma cidade vizinha, Lagoa de São Francisco. Atualmente, 222 municípios já aderiram ao programa. A meta é ofertar telemedicina em todas as 224 cidades piauienses, o que vai elevar o padrão do serviço de saúde oferecido pelo estado a outro patamar.
Com uma população mais saudável, gastam-se menos recursos e melhora-se a maioria dos indicadores de saúde do estado. Atualmente, o Piauí ocupa a oitava colocação no ranking dos estados com menor taxa de mortalidade infantil elaborado pelo IBGE. A edição mais recente é de 2020, quando o estado registrava 13,8 óbitos para cada 1.000 nascidos vivos — em 2010, eram 16,8 para cada milhar.
Renda em alta
Também houve avanços relacionados a este indicador
O IBGE revela que a renda média domiciliar per capita piauiense somou R$ 1.342 no ano passado. A renda média saiu de R$ 1.100 em 2022, uma variação positiva de 20%, o que coloca o Piauí em primeiro lugar no aumento da renda média domiciliar per capita entre os estados do Nordeste em 2023. Em 2013, esse valor era de R$ 603. Apesar do avanço significativo, ainda está mais de R$ 500 abaixo da média brasileira no ano passado, de R$ 1.893.
Revolução na educação
Entre os planos do governo está o de ampliar o ensino em tempo integral
No último ranking educacional do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio, divulgado em 2021, o estado ficou em nono lugar — na edição anterior, de 2019, havia ficado em 14º. E Teresina, em 2021, foi apontada pelo Ideb como a capital do país com o melhor ensino fundamental público. Determinado a universalizar a modalidade de ensino em tempo integral até 2026, o governo estadual promete destinar R$ 467 milhões neste ano para isso. A meta, até o fim do ano, é ampliar esse modelo para 351 colégios, que representam 70% da rede estadual.
Com mais carga horária, a Secretaria de Educação incluiu no currículo disciplinas que fogem do óbvio, como educação financeira. A mais comentada, e que passará a ser ministrada neste ano, é a de inteligência artificial (IA). Fruto de uma parceria com o Google, a disciplina será oferecida para os estudantes matriculados no ensino médio e para a turma que está no 9º ano do fundamental. A novidade está em linha com outro pilar já alcançado pela gestão na área: todas as 640 escolas que fazem parte da rede estadual piauiense oferecem aulas de programação.
Mudanças nas salas de aula
Números que refletem melhorias na educação
- 351 escolas de ensino médio (que representam 70% da rede estadual de ensino médio) oferecerão escola em tempo integral até o fim do ano
- 178 dos 224 municípios do estado passarão a dispor de pelo menos uma escola com oferta de tempo integral.
- 120 mil alunos — o total de jovens matriculados no ensino médio estadual — terão aulas de inteligência artificial (IA) a partir deste ano. Serão ministradas com ajuda do Google.
Economia aquecida
O impacto da atividade empresarial na geração de empregos
No ano passado, o Piauí gerou 20.166 empregos formais, uma variação positiva de 6,43%, o que o colocou em terceiro lugar no ranking nacional e em primeiro lugar entre os estados do Nordeste. Em 2023, atingiu a marca de R$ 8,1 bilhões em exportações, 1,2% mais do que em 2022. Com a venda de soja, a matéria-prima mais exportada, os produtores locais faturaram cerca de R$ 6,2 bilhões. O segundo produto mais exportado é o milho, seguido de farelo de soja. Com uma produção de 6,5 milhões de toneladas de grãos, o estado é o menor nesse quesito no Matopiba — acrônimo para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, última fronteira agrícola brasileira.
Apesar disso, o Piauí cresce em níveis muito superiores aos de seus pares e à média brasileira nos últimos dez anos — a produção saiu de 2,7 milhões de toneladas para a oferta atual, segundo a Conab. O país que mais importa do Piauí é a China, responsável por 62,5% do total. O segundo lugar pertence à Espanha, com 6,03% das exportações. Um levantamento da consultoria Tendências, feito a pedido da EXAME, estima que o PIB do agronegócio no estado tenha atingido R$ 86 bilhões a preços corrigidos de 2021 — mais de três vezes o valor registrado em 2013.
Vantagens competitivas
O que explica o sucesso da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Parnaíba
Ela se espalha por 313 hectares no município de Parnaíba, a 340 quilômetros de Teresina — há um projeto em discussão para acrescentar mais 311 hectares. Zonas do tipo são distritos industriais nos quais empresas interessadas em priorizar o mercado externo podem se instalar com direito à suspensão de tributos. No momento, somente duas empresas operam na ZPE do Piauí. Uma delas produz madeira ecológica de resíduos vegetais e a outra atua no segmento de cera de carnaúba. No ano passado, mais quatro receberam aval para se instalar no distrito, e outras 12 aguardam sinal verde.
Em julho, divulgou-se que as próximas empresas que vão se instalar na ZPE investirão R$ 156,9 milhões, em conjunto, e vão gerar 281 postos de trabalho — elas produzem mel, castanha-de-caju, cosméticos e tratores agrícolas. A notícia de que dois gigantes do setor de hidrogênio verde, as europeias Green Energy Park e Solatio, vão montar operações no distrito correu o mundo. Em conjunto, elas prometem injetar R$ 200 bilhões ao longo de dez anos e gerar 20 mil empregos.
Uma leva de 16 startups já funciona no chamado subdistrito tecnológico da ZPE, o primeiro do tipo no Brasil. No terreno da inovação, eixo fundamental do que a atual gestão quer projetar para o futuro, o Piauí registra 310 startups, segundo mapeamento do Sebrae feito no ano passado — 34% mais do que o contabilizado em 2022. Para incentivar o ecossistema de inovação, o governo criou, em 2023, a Startup Piauí. A aceleradora tem a meta de ajudar a criar 300 startups até 2026.
Energia limpa
O Piauí começa a ser conhecido pelo hidrogênio verde e pela energia solar e eólica
Se tudo ocorrer como planejado, o estado será o maior produtor de hidrogênio verde da América Latina e um dos maiores do mundo. A planta da Green Energy Park, com capacidade de gerar 10,8 GW, está na fase de elaboração dos projetos de engenharia. “Basicamente, o Piauí é o melhor lugar no globo para investir e para produzir”, afirma Bart Biebuyck, CEO da companhia. “Provavelmente, é o hidrogênio mais acessível do mundo.”
Agora a corrida é para encontrar os fornecedores de todos os equipamentos necessários. A expectativa é que as obras comecem em 2026 e que a produção seja iniciada em janeiro de 2028, com 1,8 GW de energia gerada por hidrogênio verde na primeira etapa. O estágio final deverá ser inaugurado em 2035.
Outro projeto do parque de hidrogênio será da Solatio, que atua há mais de 20 anos com produção de energia solar e está no Brasil desde 2009. Em 19 de outubro de 2024, começará a terraplanagem do terreno que receberá a primeira usina. No começo de 2025, as obras começam de fato. O projeto da Solatio terá seis fases, de 1,9 GW de produção de hidrogênio em cada uma delas, até chegar ao total de 11,4 GW.
O estado tem grande disponibilidade de luz solar e de vento, o que favorece a produção de energia solar e eólica, que vão ser usadas na produção de hidrogênio. E o Piauí tem ainda o potencial de aproveitar os ventos da costa, se instalar turbinas eólicas no mar, o chamado modelo offshore, cuja regulação está nas últimas etapas pelo Congresso brasileiro.
Da soja ao milho
Proteínas, frutas, castanhas, mel e outras cadeias integram a economia do agro piauiense
Se o agronegócio brasileiro fosse uma família, o Piauí seria o caçula entre os grandes produtores do país. O “pi” de “Matopiba” — sigla para Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — entrou no grande jogo agrícola no começo dos anos 2000. Embora continue como a menor produção entre os pares (mas muito próxima deles), a safra de grãos piauiense cresceu 134% nos últimos dez anos — quase o triplo da média nacional. E está em franca expansão.
Apesar de a soja ser o carro-chefe, nem só dela e do milho vive o agronegócio do Piauí. O estado tem outros segmentos com potencial, como algodão, carnes e couro, castanhas, gergelim, mel orgânico, frutas, pescados, para citar apenas alguns. A soma de resultados de cadeias, muitas delas em expansão, resulta numa economia setorial projetada em R$ 86,5 bilhões em 2024, segundo a consultoria econômica Tendências. O potencial de expansão é grande: o governo federal projeta que o Matopiba crescerá em 37% a produção de grãos até 2033.
A soja foi a maior responsável pelo crescimento do PIB setorial de R$ 28 bilhões em 2013 para R$ 86 bilhões em 2023, segundo a Tendências. No mesmo período, a produção de grãos partiu de 2,7 milhões para 6,8 milhões de toneladas. Da receita de US$ 1,6 bilhão com exportações do agro registrada pelo Piauí em 2023, US$ 1,3 bilhão é do complexo da soja.
O primeiro frigorífico do estado está em construção. A pedra fundamental de um novo laticínio foi inaugurada em abril de 2024. Os donos da única indústria de castanhas-de-caju piauiense querem tirar do papel os planos para modernizar a fábrica e, no campo, caminha a construção da primeira indústria de etanol de milho do Grupo Progresso — um dos maiores produtores de grãos local. Existe ainda um trabalho intenso na cadeia de mel orgânico para agregar valor ao produto exportado e distribuir renda a milhares de famílias de apicultores.
Salto logístico
Com sua primeira fase concluída, o Porto Piauí é peça-chave para o sucesso do Intermodal do Vale do Parnaíba
Idealizado nos anos 1960, um dos projetos mais ambiciosos do governo do Piauí saiu, finalmente, do papel. Em dezembro de 2023, o governador Rafael Fonteles (PT) inaugurou o Porto Piauí — também chamado de Porto de Luís Correia, em referência ao município no norte do estado onde se situa —, o primeiro complexo marítimo portuário do estado.
Vizinho à ZPE de Parnaíba, o porto — operado e gerenciado pela Investe Piauí — traz algumas vantagens pelo fato de contemplar, desde o início das obras, estruturas que apontam para o futuro da economia, como os terminais pesqueiro, de grãos e de amônia — um grande passo para transformar a região em um hub mundial de hidrogênio.
A primeira fase das obras recebeu R$ 110 milhões em investimentos. O terminal pesqueiro foi o primeiro a ser entregue, bem como o acesso para pequenas, médias e grandes embarcações, o centro administrativo e toda a infraestrutura de iluminação, energia, água e vias urbanas.
O porto é considerado peça-chave para a conclusão de outro projeto, ainda maior e mais audacioso: o Intermodal do Vale do Parnaíba, que vai interconectar todo o estado por meio dos modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e marítimo.
Mas não é só a área litorânea que vem dando saltos na logística de transportes. No interior, as obras seguem a todo o vapor nas estradas. A Rodovia PI-397, mais conhecida como Transcerrados, importante rota de escoamento de grãos, já recebeu investimentos de cerca de 300 milhões de reais para pavimentação e outras melhorias por meio de uma parceria público-privada (PPP). O projeto de modernização inclui a Estrada Palestina (PI-262).
As obras na Transcerrados e na Estrada Palestina fazem parte de um projeto abrangente que deverá possibilitar a implementação de uma logística inovadora em todo o Piauí. A nova infraestrutura, composta de um anel viário formado por um conjunto de rodovias, prevê também uma hidrovia no Rio Parnaíba e uma ferrovia entre Teresina e o porto.
Turismo diversificado
Estado dispõe tanto de praias paradisíacas quanto de parques nacionais como o da Serra da Capivara
Desde 2023, chegar a Barra Grande, uma das regiões mais visitadas do Piauí, está mais fácil. Foi quando o governo estadual concluiu a construção do Aeroporto de Cajueiro da Praia, inaugurado em dezembro. Com direito a balizamento noturno, a pista tem 1,5 mil metros de extensão e 25 metros de largura, o que permite pousos e decolagens de aeronaves para até 40 pessoas. A novidade dispõe de um terminal de passageiros e custou cerca de R$ 16 milhões. Deverá fazer por Barra Grande o mesmo que o Aeroporto de Jericoacoara, inaugurado em 2017, fez pelo balneário cearense. Antes, quem visitava este último destino precisava encarar horas e horas de estrada a partir de Fortaleza.
Que o turismo local tem muito a crescer não há dúvida. No ano passado, segundo a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Teresina, a capital piauiense recebeu 587 mil visitantes, o que representa um salto de 25,5% em relação a 2022. Com o turismo, a cidade obteve R$ 535 milhões em 2023 — 42% mais do que no ano anterior.
Se o litoral do Piauí deve boa parte da fama às praias paradisíacas — que convidam tanto ao dolce far niente quanto à prática de esportes aquáticos —, o Sudeste é marcado pelo Parque Nacional Serra da Capivara. Criado em 1979, ele protege a maior concentração de sítios pré-históricos do país. São mais de 2 mil — 1,2 mil deles só no Boqueirão da Pedra Furada, um dos pontos mais bonitos do lugar. Ao chegar lá, prepare-se para contemplar pinturas rupestres que remontam aos povos que viveram na região milênios atrás.
“Nosso estado vive seu melhor momento de desenvolvimento econômico, de inclusão socioprodutiva e de oportunidade de negócios em alguns setores que são estratégicos para o Brasil” – Victor Almeida, presidente da Investe Piauí
“O que nos motivou a acelerar os investimentos no Piauí foi a percepção de que não estamos remando contra a correnteza. Encontramos um ambiente de negócios favorável” – Ricardo Faria, presidente do conselho da Insolo
“O Piauí é um estado pequeno e às vezes um pouco esquecido. O governador Rafael Fonteles está mostrando a potência do Piauí para o mundo empresarial e não só do Brasil. Isso faz com que o poder econômico ajude a revitalizar o estado e a tirar pessoas da pobreza” – Ana Maria Diniz, fundadora da Polvo Lab.
“O governo do Piauí está realmente fazendo um trabalho único, pioneiro, que nós, em 16 anos de Brasil, nunca tínhamos visto. Se juntarmos forças faremos com que o Piauí seja um estado melhor, mais evoluído e com mais bem-estar para a população” – Pedro Vaquer, sócio-fundador da Solation
“Basicamente o Piauí é o melhor lugar no globo para investir e para produzir. Provavelmente, é o hidrogênio mais acessível do mundo” – Bart Biebuyck, CEO da Green Energy Park.